#090

Sci-fi

Regresso esta semana a uma temática que começou como um afecto juvenil mas que continuou pela vida fora, a ficção cientifica. Admito que nunca fui muito dado aos mais científicos, Asimov e Clarke por exemplo, nem aos mais épicos, admiro o Dune de Herbert só mesmo agora que Denis Villeneuve lhe deu uma mão, no entanto o estranho Left Hand of Darkness de Ursula K. Le Guin foi o segundo livro de sci-fi que li e acho que nem tinha bem idade para perceber metade do que ali se conjurava.

Tal e qual Portugal a seguir ao desaparecimento de Sebastião fui dado ao “filipismo”, tendo acabando por ler integralmente as extensas obras quer de Phillip K. Dick quer de Philip José Farmer. Devorei muito outros, em português Argonautas antigos tenho muitos, originais primeiras edições (em paperback que não tenho pilim para capa-dura) tenho uma quantia simpática e fui sedimentando a minha visão do mundo e de “tanta maravilha” na forma das coisas por vir que me foi preparando multum in parvo para esta distorcida patetice em que vivemos presentemente.

Antes de me virar para o que aqui interessa, a música, deixo aqui uma lista de (ante)visões feitas ao longo dos tempos e que me foram espantando conforme fui percebendo o âmbito e alcance de algumas dessas previsões:

Voo espacial movido a foguete: Cyrano de Bergerac – L’Autre monde ou les états et empires de la Lune (1657)

Submarinos: Margaret Cavendish – The Description of a New World, Called The Blazing-World (1666)

Eugenia: Nicolas-Edme Rétif – La Découverte Australe par un Homme-Volant (1781)

O uso do oxigénio nas viagens aéreas e espaciais: Jane Webb Loudon – The Mummy: A Tale of the Twenty-Second Century (1828)

Cartões de débito: Edward Bellamy – Looking Backward: 2000 to 1887 (1888)

Cercas eléctricas: Mark Twain – A Connecticut Yankee in King Arthur’s Court (1889)

Videoconferência: Jules Verne – In the Year 2889 (1889)

Raio X e tecnologia de CAT scan: John Elfreth Watkins Jr. – What May Happen in the Next Hundred Years (1900)

Radar: Hugo Gernsback – Ralph 124c 41+ (1911)

Bomba atómica: H.G. Wells – The World Set Free (1914)

Ciborgs: E.V. Odle – The Clockwork Man (1923)

Fertilização in vitro: J.B.S. Haldane – Daedulus; or Science and the Future (1924)

Comida pré-feita aquecida em micro-ondas: Robert Heinlein – Space Cadet (1948)

Auriculares: Ray Bradbury – Fahrenheit 451 (1950)

Inteligência artificial superando a dos humanos: Clifford Simak – Time and Again (1951)

iPad: Arthur C. Clarke – 2001: A Space Odyssey (1968)

Carros electricos: John Brunner – Stand on Zanzibar (1969)

Tradução simultanea: Douglas Adams – The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (1979)

A ubiquidade da World Wide Web: David Brin – Earth (1990)

Mas vamos ao que interessa. É que a música foi andando em tandem com a literatura e alguns dos grandes artistas da musica popular pareciam nitidamente impressionados por alguns dos mesmos temas. Afirmo aqui que o David Bowie foi o Werner von Braun da pop já que o inventor de Ziggy Stardust fez toda uma carreira “loving the alien”, daí que não é de todo estranho ter escolhido Life on Mars mas muitas outras dele poderiam ter chegado ao launching pad desta semana. Mas tinha mais trinta e nove slots de where no man has gone before para preencher e por isso fui fechando escotilhas pronto para fazer o salto para warp speed

Como por exemplo ao selecionar os Klaatu que em 1976 começavam o seu primeiro LP 3:47 E.S.T. com uns belos sete minutos e quatorze segundos de Calling Occupants Of Interplanetary Craft. A denominação da banda vinha do nome do extraterrestre desempenhado pelo actor Michael Rennie no filme “The Day the Earth Stood Still (Keannu numa versão mais recente) e apesar de terem uma outra faixa logo a seguir que dava pelo titulo de Anus Of Uranus os manos Carpenters levaram a coisa tão a sério que refizeram a canção, adicionando uma orquestra e um entre parêntesis de (Recognized Anthem Of World Contact Day). Se não acreditam ou se não conhecem vejam:

A BBC Radiophonic Workshop é como uma estranha “zona crepuscular” quando toca a estas coisas. Durante anos centenas de gravações um tanto ou quanto alienígenas foram saindo dos estúdios da Beeb em Maida Vale onde Daphne Oram, Delia Derbyshire, David Cain, John Baker, Paddy Kingsland, Glynis Jones, Maddalena Fagandini e Richard Yeoman-Clark iam compondo todo um exótico mundo cibernético com o propósito de sonorizar rádio e tv mas pelo caminho trouxeram novas dimensões à música electronica. Daí que pegar em The Knowledge Pt. I da re-imaginada banda sonora do filme de animação La Planète Sauvage de René Laloux não é proposta improvável. Este re-escrever do ambiente sonoro do filme vem pelas mãos dos modernistas Stealing Sheep aqui ajudados pelos inovadores da BBC.

Há aqui muito salto quântico dado pela ficção cinematográfica e televisiva: Louis e Bebe Barron com “Robby, Make Me A Gown” do clássico Forbidden Planet; MECO e a famosa Cantina Scene no episódio IV de Star Wars; Mean Green Mother From Outerspace composto por Levi Stubbs e interpretado pela Little Shop Of Horrors Chorus ou Daydream In Blue dos I Monster que está aqui por me lembrar do efeito quando recentemente a ouvi no final de um dos episódios da brilhante e distópica série televisiva Severance.  

宇宙, The Cosmos foi um documentário sonoro encomendado a um jovem Ryuichi Sakamoto pela Victor Entertainment. A sub-divisão da JVC Kenwood contratou em 1978 o músico japonês para criar efeitos sonoros e músicas que evocassem as viagens espaciais já que o projecto servia principalmente para promover a tecnologia de mix bifônica da Victor, e usando sons das transmissões e narrações da NASA que descreviam os sistemas solares e naves espaciais serviu como um playground perfeito para Sakamoto experimentar novas tecnologias mesmo antes da estreia da YMO. Este trabalho só teve uma edição alargada ao grande público em 2016 no triplo CD Year Book 1971-1979 onde se pode ver nas liner notes alguma da parte musical ser atribuída a Joe Meek.

Repare-se numa sequencia britânica que merece alerta vermelho, a Michael Moorcock’s Deep Fix com Dodgem Dude seguida dos Dramatis com Oh! Twenty Twenty Five. Moorcock é um escritor de ficção cientifica com provas dadas principalmente em Behold the Man ou na série Jerry Cornelius mas também com pedigree na música tendo colaborado com os Hawkwind e os Blue Oyster Cult entre outros. O que vem logo de seguida são os músicos que haviam contracenado com Gary Numan nas suas deambulações por universos sci-fi (Chris Payne, Rrussell Bell, Cedric Sharpley e Denis Haines tiveram de se re-inventar quando Numan anunciou o seu afastamento em 1981). O engraçado aqui é o que estes moços cantam sobre o ano de 2025, já estamos quase lá e não parece nada que vá ser como eles o pintavam. Mas essa talvez seja a coisa fascinante neste género ficcional, às vezes falha o alvo por uma muito larga margem… como K Dick a situar tanta da sua ficção nos anos 80 década em que o li) e nada se parecer com o que ali estava escrito.

Já aqui, no universo paralelo da lusa esfera, os repetentes Capitães da Areia que antes mesmo de ir cada um à sua vida fizeram o excelente disco A Viagem dos Capitães da Areia a Bordo do Apolo 70 de onde retirei A Partida para o Espaço, “o pão com marmelada lá em casa” do Pedro de Tróia só mesmo numa selecção de ficção cientifica onde também tinha de se figurar aquele amarelo translúcido pedaço de doze polegadas de vinil cantado por Amália Rodrigues em 1982, O Senhor Extraterrestre, que na altura passou mais ou menos ao lado da maior parte dos ouvintes nacionais, apesar da encenação num programa de Julio Isidro com a diva do fado com peruca vermelha debaixo do chapéu de palha a estender roupa enquanto canta sobre um alien a quem ela até pergunta “se na terra donde vem / não conhece lá ninguém / que me arranje bacalhau”. No entanto os anos foram passando e o tema de autoria de Carlos Paião acabou por ser re-avaliado pelo Mesa em 2007 e por Gisela João em 2016. 

Principio e fim são ambos congeminados nos antípodas. Começo com Bernie Brown em The Shape Of Things To Come e acabo com os BROODS com Goodbye World, Hello Space Island. Brown é um cantor sul-africano que começou a carreira em 1960 com a banda The Lunar 5 e o sucesso She’s A Yum Yum, o seu primeiro disco em nome próprio e de onde retirei a faixa titulo que rouba o nome à novela de H.G. Wells. A meio da década de 80 Brown mudou-se para a Austrália. Já os BROODS são um duo composto pelo multi-instrumentista Caleb Nott e a sua irmã mais nova Georgia como vocalista, oriundos de Nelson, na Nova Zelândia. A musica com que encerro esta space opera musical é a canção de abertura do LP Space Island. Desejo-vos “vida longa e próspera”.

#staysafe #musicfortheweekend

##############################

This week I return to a theme that began as a youthful affectation but continued throughout the rest of my life, science fiction. I admit that I was never much given to the more scientific, Asimov and Clarke for example, nor the more epic, I admire Herbert’s Dune only now that Denis Villeneuve gave him a hand, however the strange Left Hand of Darkness by Ursula K. Le Guin was the second sci-fi book I’ve read and I don’t think I was old enough to understand half of what was conjured there.

Just like Portugal, after Sebastião’s disappearance, I was taken by “philipism”, having ended up reading the extensive works of both Phillip K. Dick and Philip José Farmer in their entirety. I devoured many others, in Portuguese old Argonauts I have many, first edition originals (in paperback ‘cause my bank account can’t afford hardcovers) I have a nice amount and I have been consolidating my vision of the world and of “so much wonder” in the form of things to come that maybe have prepared me multum in parvo for this distorted nonsense in which we currently live.

Before turning to what matters here, music, I leave here a list of (pre)visions made over time and that surprised me as I realized the scope and reach of some of these predictions:

Rocket-powered space flight: Cyrano de Bergerac – L’Autre monde ou les états et empires de la Lune (1657)

Submarines: Margaret Cavendish – The Description of a New World, Called The Blazing-World (1666)

Eugenia: Nicolas-Edme Rétif – La Découverte Australe par un Homme-Volant (1781)

The Use of Oxygen in Air and Space Travel: Jane Webb Loudon – The Mummy: A Tale of the Twenty-Second Century (1828)

Debit Cards: Edward Bellamy – Looking Backward: 2000 to 1887 (1888)

Electric fences: Mark Twain – A Connecticut Yankee in King Arthur’s Court (1889)

Videoconference: Jules Verne – In the Year 2889 (1889)

X-ray and CAT scan technology: John Elfreth Watkins Jr. – What May Happen in the Next Hundred Years (1900)

Radar: Hugo Gernsback – Ralph 124c 41+ (1911)

Atomic bomb: H.G. Wells – The World Set Free (1914)

Cyborgs: E.V. Odle – The Clockwork Man (1923)

In vitro fertilization: J.B.S. Haldane – Daedulus; or Science and the Future (1924)

Microwave-heated ready-to-eat food: Robert Heinlein – Space Cadet (1948)

Earphones: Ray Bradbury – Fahrenheit 451 (1950)

Artificial intelligence surpassing that of humans: Clifford Simak – Time and Again (1951)

iPad: Arthur C. Clarke – 2001: A Space Odyssey (1968)

Electric cars: John Brunner – Stand on Zanzibar (1969)

Simultaneous translation: Douglas Adams – The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (1979)

The ubiquity of the World Wide Web: David Brin – Earth (1990)

But let’s get down to business. It’s just that music went in tandem with literature and some of the great artists of popular music seemed distinctly impressed by some of the same themes. I may say here that David Bowie was the Werner von Braun of pop since the inventor of Ziggy Stardust had a whole career “loving the alien”, so it is not at all strange to have chosen Life on Mars but many others of his could have reached this week’s launching pad. But I had thirty-nine more where no man has gone before slots to fill, so I had to close hatches ready to make the necessary jump to warp speed.

As for example when selecting Klaatu, who in 1976 started their first LP 3:47 E.S.T. with a beautiful seven minutes and fourteen seconds of Calling Occupants of Interplanetary Craft. The band’s epiteth came from the name of the extraterrestrial played by actor Michael Rennie in the movie The Day the Earth Stood Still (Keannu in a more recent version) and despite having another track right after it that went by the title of Anus Of Uranus both brother and sister The Carpenters took the thing so seriously that remade the song, adding an orchestra and the “Recognized Anthem Of World Contact Day” subtitle in parentheses. If you don’t believe me or if you don’t know any of this check it out (see link above)

The BBC Radiophonic Workshop is like a weird “twilight zone” when it comes to these things. Over the years hundreds of recordings, somewhat alien, were coming out of the Beeb studios in Maida Vale where Daphne Oram, Delia Derbyshire, David Cain, John Baker, Paddy Kingsland, Glynis Jones, Maddalena Fagandini, Richard Yeoman-Clark were composing an entire exotic cyber world with the purpose of making radio and TV sounds, but along the way they brought new dimensions to electronic music. Hence picking up The Knowledge Pt. I from the re-imagined soundtrack of the animated film La Planète Sauvage by René Laloux is not an unlikely proposition. This re-writing of the film’s soundscape comes by the hands of modernists Stealing Sheep but with a little help by the BBC’s innovators.

There is a lot of quantum leap here made by film and television fiction: Louis and Bebe Barron with “Robby, Make Me A Gown” from the Forbidden Planet classic; MECO and the famous Cantina Scene in Star Wars Episode IV; Mean Green Mother From Outerspace composed by Levi Stubbs and performed by Little Shop Of Horrors Chorus or Daydream In Blue by I Monster which is here for reminding me of the effect when I recently heard it again at the end of one of the episodes of the brilliant and dystopian mini series Severance.

宇宙, The Cosmos was a sound documentary commissioned to a young Ryuichi Sakamoto by Victor Entertainment. JVC Kenwood’s sub-division hired the Japanese musician in 1978 to create sound effects and music evoking space travel as the project primarily served to promote Victor’s biphonic mixing technology, and using sounds from NASA’s broadcasts and narration that depicting solar systems and spacecraft served as a perfect playground for Sakamoto to experiment with new technologies just before YMO’s debut. This work only had an edition extended to the general public in 2016 in the triple CD Year Book 1971-1979 where you can see in the liner notes some of the musical parts being attributed to Joe Meek.

Notice a British sequel that deserves a red alert, Michael Moorcock’s Deep Fix with Dodgem Dude followed by Dramatis with Oh! Twenty Twenty Five. Moorcock is a science fiction writer with evidence given mainly in Behold the Man or the Jerry Cornelius series but also with pedigree in music having collaborated with Hawkwind and Blue Oyster Cult among others. What follows are the musicians who had played opposite Gary Numan in his wanderings through various sci-fi universes (Chris Payne, Russell Bell, Cedric Sharpley and Denis Haines had to reinvent themselves when Numan announced his departure in 1981) . The funny thing here is what these guys sing about the year 2025, we’re almost there and it doesn’t look like it’s going to be how they painted it. But that is perhaps the fascinating thing about this fictional genre, sometimes it misses the mark by a very wide margin… like K Dick placing so much of his fiction in the 80’s (decade when I read it) and nothing being like what was written there.

Here, in the parallel universe of the lusa sphere, repeaters Capitães da Areia who, just before going on with their lives, made the excellent album A Viagem dos Capitães da Areia a Bordo do Apolo 70, from which I took A Partida para o Espaço, the “pão com marmelada lá em casa” by Pedro de Tróia only in a selection of science fiction which would also feature that yellow translucent twelve-inch piece of vinyl sung by Amália Rodrigues in 1982, O Senhor Extraterrestre, which at the time played more or less oblivious to most national listeners, despite the staging in a program by Julio Isidro with the fado diva in a red wig under her straw hat, pegging clothes while singing about an alien to whom she even asks “if in the land from where come / don’t you know anyone / who can get me salted cod”. However, the years went by and the song written by Carlos Paião ended up being re-evaluated by Mesa in 2007 and by Gisela João in 2016.

Beginning and end are both conjoined at the antipodes. I start with Bernie Brown on The Shape Of Things To Come and end with BROODS with Goodbye World, Hello Space Island. Brown is a South African singer who started his career in 1960 with the band The Lunar 5 and the hit She’s A Yum Yum. His first album under his own name and from which I took the title track that steals the name from H.G. Wells novella, recorded just before Brown moving in the mid-1980s to Australia where he still lives today. BROODS is a duo composed of multi-instrumentalist Caleb Nott and his younger sister Georgia as vocalist, originally from Nelson, New Zealand. The song I used to end this musical space opera with is the opening song of their Space Island LP. Live long and prosper.

#staysafe #musicfortheweekend

Bernie Brown – The Shape Of Things To Come

Dos Santos – Alma Cósmica

David Batteau – Spaceship Earth

Klaatu – Calling Occupants Of Interplanetary Craft

Landscape – From the Tea-Rooms of Mars …. To The Hell-Holes of Uranus

Scientist – Intergalactic Excursion

Louis And Bebe Barron – ”Robby, Make Me A Gown” from Forbidden Planet OST

Buchanan & Goodman – The Flying Saucer

Michael Moorcock’s Deep Fix – Dodgem Dude

Dramatis – Oh! Twenty Twenty Five (7′ Version)

Mistral – Starship 109

Flanger – Outer Space

Miss Kittin – Soyuz

Goodnight Mr Spaceman (12′ Mix)

Patchworks Galactic Project – Cruising Through Space

MECO – Cantina Scene

Os Capitães da Areia – A Partida para o Espaço

Pluton & Humanoids – World Invaders

I Monster – Daydream In Blue

Ulla – Space Lady

JB Dunckel – Sex Ufo

Ryuichi Sakamoto – The Cosmos 宇宙

David Bowie – Life on Mars

The Barrence Whitfield Soul Savage Arkestra – Somebody Else’s World

Tony Wilson – Hangin’ Out In Space

Burt Blanca – Magic Star (Telstar)

Lo Fidelity Allstars – Lo-Fi’s Score Punk Paste From the Lone Chrome Hunter in the Robot Junkyard

Pink Floyd – Interstellar Overdrive

Wendy Carlos – Moonscapes – Phobos and Deimos

Baden Powell – O Astronauta

Unknown Faces – Space Pioneers (Robot 84 Re Adjustment)

Captain Torkive – Flying Saucers

Amália Rodrigues – O Senhor Extraterrestre

Sunny Man Kado – Mars In 75, Pt. 1

Mtume – Funky Constellation

Stealing Sheep & The Radiophonic Workshop – The Knowledge Pt. I

Paul St. John – Flying Saucers Have Landed

Levi Stubbs & Little Shop Of Horrors Chorus – Mean Green Mother From Outerspace

Anarchic System – Femme D’Un Autre Monde

BROODS – Goodbye World, Hello Space Island

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *